O retorno de Clara acendeu algo inesperado dentro da Constela.
Não apenas admiração ou orgulho — mas urgência.
Aurora percebeu: havia centenas, talvez milhares de Claras espalhadas pelo país.
Gente com histórias adormecidas.
Palavras plantadas em silêncio.
Vidas inteiras não-ditas.
A equipe toda começou a se reunir mais cedo, quase sem combinar.
Ideias brotavam como ervas espontâneas num terreno fértil demais para ficar parado.
Foi Mariana quem verbalizou primeiro:
— E se a gente levasse o projeto “Raiz” para outras cidades?
— Tipo… oficinas itinerantes? — perguntou Júlia, já anotando.
— Não só oficinas — disse Davi, cruzando os braços. — Mas estações de escuta.
Todos olharam para ele.
— Um lugar onde as pessoas possam sentar, tomar um café, escrever se quiserem… ou só falar. A Constela pode ser mais do que editora. Pode ser chão.
Aurora sentiu um calafrio bom.
Era isso.
Mas… como fazer sem se perder?
Nas semanas seguintes, começaram a estruturar o projeto Raiz em Movimento.
A ideia e