A proposta chegou como tantas outras: um e-mail discreto, anexo com um manuscrito e uma pequena apresentação.
*“Prezada equipe Constela,
Meu nome é Elisa B. Nogueira. Tenho 29 anos.
Trabalho como professora de literatura infantil e moro em Ouro Preto.
Escrevi uma narrativa baseada em minha adolescência — quando passei dois anos em uma comunidade espiritual isolada no interior de Minas.
A história se chama: ‘Quando as Estrelas Dormiam no Chão’.
Agradeço imensamente se puderem ler com carinho.
Com afeto,
Elisa.”*
O nome do arquivo chamava atenção: AsEstrelasElisa_finalVERSAOverdadeira.docx.
Davi foi o primeiro a abrir. Nas primeiras páginas, o tom era quase encantador. Uma menina de 14 anos, chamada Clara, morava com os pais em uma espécie de retiro espiritual. A narrativa tinha cheiro de mato, reflexões poéticas, diálogos sutis.
Parecia... leve.
Demais.
Aurora recebeu o texto no fim do dia, com um bilhete de Davi:
“A história é bonita, sensível... mas tem alguma coisa não dita.
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