Ainda deitada na cama, encarei a tela do celular por vários minutos. A mensagem de Milles piscava ali, com o peso de uma decisão que poderia mudar muita coisa. Ele precisava aceitar a proposta de trabalho fora do país — uma chance única — mas Yves, seu filho de apenas três meses, não podia ir com ele.
“É só por um tempo. Eu não confio em deixá-lo com qualquer pessoa. Confio em você.”
Respirei fundo, os dedos hesitando sobre o teclado. Então digitei:
"Pode deixar ele comigo. Vai ficar tudo bem. Boa sorte com a entrevista."
Apertei “enviar” e encarei a mensagem enviada como se ela pudesse desdobrar o futuro ali mesmo. A decisão estava tomada.
---
A manhã foi tomada por uma movimentação diferente no apartamento. Limpei com atenção os cantos, forrei o sofá, separei mantas e panos de boca com a sensação de estar preparando um pequeno santuário. Esterilizei mamadeiras que Milles prometera trazer e improvisei uma caminha baixa com almofadas e mantas no quarto, ao lado da minha cama. Coloquei