A brisa salgada da praia acariciava meu rosto enquanto o carro avançava pela estrada de terra que nos levava para a casa de Lorenzo. O sol ainda estava baixo, tingindo o horizonte com tons dourados e rosados. Yves estava dormindo no banco de trás, aninhado nas cobertas, com os olhos fechados e os dedinhos ainda movendo-se, como se estivesse sonhando com algo tranquilo.
Eu olhava para ele, e por um momento, tudo parecia perfeito. O mundo lá fora, com seu ritmo próprio, enquanto eu permanecia no meio dessa transição silenciosa, entre o que sou e o que posso ser. A viagem ainda não tinha tocado o fundo da minha alma, mas eu sabia que ela carregava algo de inevitável.
Lorenzo estava ao volante, uma expressão relaxada no rosto, como se esse fosse apenas mais um fim de semana comum para ele. Mas algo em seus olhos parecia mais profundo. Ele sabia que essa viagem tinha um peso que eu ainda não entendia totalmente.
— Está tudo bem, Marina? — ele perguntou, desviando os olhos da estrada par