O Ultimato e a Renderização
RAFAEL
Andy havia marcado um almoço com os pais dela em um restaurante charmoso, mas bem aconchegante, no centro da cidade. Cada passo em direção àquele lugar parecia me puxar para um buraco ainda mais fundo. Emma ainda estava na escola, o que era um pequeno alívio, um respiro que me livrava de uma briga que podia acontecer e de mais dor num coração que já estava em pedaços. Eu precisava de um tempo, de um espaço, de um alívio da culpa que me comia por ter gritado com ela, por ter quebrado a confiança que ela tinha em mim.
Quando chegamos lá, entrei e meus olhos procuraram por eles no salão, como alguém perdido no mar procura a terra. Encontrei-os num canto afastado. A mãe de Andy, Carla, uma mulher com o rosto marcado pela preocupação e pela vida no campo, estava sentada, começando a comer uma sopa estranha, com um cheiro adocicado que embrulhou meu estômago e se misturou à ansiedade na minha garganta. O pai de Andy, Roman, um homem sério e calado, com ol