PONTO DE VISTA DE ISABELA
Enquanto minhas mãos habilidosas davam os toques finais no primeiro buquê exuberante de rosas vermelhas do dia, cuidadosamente escolhidas para uma cliente especial, Dona Nilda se aproximou de mim, com aquele seu jeito calmo e ponderado.
"Isabela, querida," ela começou, sua voz um pouco mais baixa que o normal, "o que você acharia de tomar a frente da loja... de forma definitiva?"
Naquele instante, minhas mãos paralisaram sobre as pétalas aveludadas. Senti um choque percorrer meu corpo, me deixando momentaneamente sem ar. "Como assim, Dona Nilda?" consegui perguntar, a voz quase inaudível.
Ela sorriu levemente, com uma ternura que sempre me acalmava. "Estou pensando... você está se saindo muito bem trabalhando aqui, Isabela. Tem talento, dedicação... e como você sabe, minha saúde não anda das melhores ultimamente. A idade chega para todos, minha querida, e meus filhos... bem, eles não têm o menor interesse em tocar nada disso aqui. Talvez... talvez seja hora d