Os degraus pareciam multiplicar-se. Cada andar descido era uma batalha contra o cansaço, a angústia, e o peso de não saber o que esperava lá embaixo.
No terceiro andar, algo chamou sua atenção.
Uma porta.
Entreaberta.
A luz do apartamento piscava de leve, como se lutasse contra um curto-circuito. Havia um cheiro forte — um misto de fritura antiga, mofo e... algo mais. Algo metálico, quase como ferrugem.
Jonas parou diante da entrada. O número da porta era torto — 302 — o três pendia como se estivesse tentando cair.
Ele hesitou.
E se tiver alguém ali? Alguém que sabe o que tá acontecendo. Alguém normal.
Mas logo outro pensamento bateu: E se não for alguém?
Mesmo assim, empurrou devagar a porta com a ponta dos dedos. O som das dobradiças arranhou o silêncio como unha em vidro.
Lá dentro, o apartamento parecia intacto... à primeira vista.
A TV estava ligada, mas sem imagem. Só chiado. Um sofá coberto por um lençol amarelado ocupava o centro da sala, e ao lado dele, uma mesinha de centro