O Julgamento Invisível
Jonas ainda estava ajoelhado no chão do apartamento 908. O espelho trincado em suas mãos parecia vibrar — não com energia, mas com memória.
"E se o ritual não fosse para invocar algo... mas para pesar alguém?"
A palavra “pesador” surgiu na mente como uma fagulha esquecida.
Não era a primeira vez que ouvia isso.
Fragmento de lembrança — A Voz do Pesador
Na infância, durante aquela noite na ruína, Jonas ouviu alguém sussurrar:
"Toda alma é pesada antes de ser aberta. O que não for aceito, será devolvido ao espelho."
"O pesador vê até o que o sangue esconde."
Era uma voz antiga. Sem emoção. Como se fosse lida de um manual de outro mundo.
Na época, ele não entendeu.
Mas agora, algo fazia sentido: o reflexo não era um invasor. Era a parte dele que foi rejeitada.
O ritual era uma pesagem. O espelho era a balança.
Jonas se levanta. O espelho trincado mostra seu rosto não como está, mas como esteve antes — assustado, infantil, obediente.
E atrás dele, por um segundo, um