Jonas permaneceu ali, imóvel no armário, o corpo comprimido entre as paredes estreitas e o cheiro envelhecido de roupas guardadas havia anos. A cada segundo que passava, o suor escorria mais frio pelas têmporas, grudando a camisa no corpo.
Lá fora, tudo estava em silêncio. Silêncio demais.
Ele se obrigou a contar lentamente, tentando acalmar o coração: um, dois, três... mas ao chegar ao vinte e sete, parou. Um estalo, leve, soou do lado de fora — como uma tábua de assoalho cedendo sob um peso que já não deveria estar ali.
Mais alguns segundos. Nenhum outro som.
Jonas apertou os olhos. Sentia o desconforto crescer no estômago, como se o tempo tivesse esticado, elástico e irreal. A cada segundo de espera, a mente voltava à lembrança da lenda que ouvira sobre o Pesador — o ser que se alimentava do medo, da paralisia entre o mundo dos sonhos e o real.
Ele já não sabia se o que ouvira era verdadeiro... ou se o próprio prédio havia virado o pesadelo.
Então, algo roçou na porta do armário. U