O coração de Jonas martelava no peito. Ao largar o chapéu, teve a sensação de que o ar ao seu redor vibrava, como se algo invisível tivesse sido acordado. Sem pensar duas vezes, correu porta afora.
O corredor estava mergulhado em penumbra, a luz da neblina do lado de fora mal atravessando as frestas das janelas do prédio. O silêncio era espesso, quase sólido. Cada passo que Jonas dava soava alto demais, como se ecoasse por um túnel vazio. Ele passou pela escada sem olhar para baixo — não queria saber se algo o seguia — e avançou até uma porta com o número 504, ligeiramente entreaberta.
Empurrou com o ombro.
O rangido lento da madeira soou como um grito abafado no corredor vazio.
Dentro, o ar era diferente — menos abafado, mais seco, mas carregado com o mesmo cheiro de coisas velhas e esquecidas. O apartamento parecia abandonado havia anos. Cortinas rasgadas, móveis cobertos de poeira e marcas nas paredes como se quadros tivessem sido removidos às pressas.
Jonas entrou e trancou a port