A mansão estava mergulhada num silêncio quase absoluto, exceto pelo som distante do vento noturno passando por entre as árvores do jardim. Do lado de fora, a lua projetava sua luz pálida pelos vitrais do corredor. Lorena caminhava lentamente até o quarto principal, com os ombros um pouco mais relaxados do que estiveram durante o interrogatório.
Ela empurrou a porta do quarto e encontrou Rick ali, sentado em uma poltrona junto à lareira. Um copo de uísque descansava em sua mão, e o fogo lançava sombras suaves sobre seu rosto cansado. Ao vê-la, ele não disse nada — apenas estendeu o olhar como se estivesse esperando por ela desde antes da noite começar.
Lorena fechou a porta atrás de si e caminhou até ele, deixando-se cair com leveza na poltrona à sua frente. Por um momento, os dois apenas se olharam em silêncio. Havia uma familiaridade ali que ia além das palavras — a conexão de duas almas moldadas pelo mesmo fogo.
— Achei que viria mais tarde — disse Rick, com a
A noite caía silenciosa sobre a mansão Ocasek, cobrindo tudo com um manto de sombra e vento frio. Lá fora, as luzes do jardim piscavam como sentinelas silenciosas, refletindo na superfície calma da piscina. Dentro da casa, o som distante de passos e portas se fechando ecoava como um lembrete de que, mesmo no repouso, aquele lugar nunca dormia de verdade.Lorena estava no escritório, sentada no sofá de couro escuro, segurando uma taça de vinho tinto entre os dedos. A lareira à sua frente estalava suavemente, lançando calor e luz tênue que dançava nas paredes cobertas por estantes de livros e documentos antigos.A porta se abriu devagar. Rick entrou, como sempre fazia, com a presença firme de quem comanda sem precisar anunciar. Ele carregava um copo de uísque, o paletó já jogado em algum lugar no caminho, a gravata afrouxada. Seus olhos encontraram os dela e, sem dizer nada, ele se sentou ao lado da esposa.Por alguns instantes, ficaram apenas ali, em silêncio. O
Na sala principal da mansão Ocasek, os retratos antigos da família observavam em silêncio o desenrolar do presente. Era fim de tarde, e a luz dourada atravessava os vitrais com elegância, pintando o mármore do chão com cores quentes e difusas. O ar carregava um leve aroma de charuto e couro, misturado ao frescor das flores recém-colhidas nos vasos — uma tentativa sutil de Lorena de suavizar a rigidez do ambiente.Lorenzo estava de pé, de costas para a janela, com os braços cruzados. Vestia uma camisa preta de linho, impecavelmente alinhada, e usava o relógio que herdara do avô — um presente de Rick, símbolo silencioso da sucessão que ele já sentia ser inevitável. Seus olhos fixavam o pai com intensidade. Na frente deles, espalhados sobre a mesa, estavam relatórios de movimentações financeiras, registros de reuniões e informações sobre possíveis alianças.— Eu preciso estar presente em tudo, pai. Cada decisão agora pode moldar o futuro da família. — Sua voz era firme, c
O espelho refletia o brilho suave das luzes amareladas do quarto, que destacavam o vestido de seda champagne que Lorena ajustava com cuidado. O tecido deslizava pelo seu corpo como se tivesse sido feito sob medida para aquela noite. O perfume adocicado de jasmim envolvia o ar, misturando-se ao leve aroma de madeira nobre que vinha dos móveis antigos.Ela girou parcialmente o corpo, tentando alcançar o zíper nas costas, mas seus dedos não conseguiam puxá-lo. Um leve suspiro escapou de seus lábios.Foi quando a porta se abriu, revelando Rick já vestido com um terno escuro perfeitamente alinhado, a gravata vinho realçando o magnetismo natural que ele carregava. Seus olhos imediatamente encontraram os de Lorena através do espelho, e um sorriso lento surgiu em seu rosto.— Chegou na hora certa, amor — disse ela, com um meio sorriso, apontando o zíper com um gesto sutil. — Preciso de ajuda com isso.Rick aproximou-se sem pressa, com aquela confiança silenciosa
Ao entrarem no salão principal da festa, Lara foi imediatamente envolvida por um ambiente que parecia ter saído de um sonho. Os lustres pendiam do teto abobadado, lançando reflexos dourados sobre as paredes espelhadas. O som suave de um quarteto de cordas preenchia o ar com uma melodia romântica e envolvente, enquanto o perfume sutil de flores frescas — lírios, orquídeas e gardênias — pairava no ar, misturando-se ao aroma delicado do champanhe e dos canapés que circulavam em bandejas prateadas.A decoração era impecável: tons de dourado e branco se misturavam em detalhes clássicos, com velas altas e arranjos florais distribuídos por todo o salão. Havia um brilho de celebração no ar, mas também um sussurro constante de conversas discretas, cumprimentos entre famílias importantes e olhares avaliadores.Lara observava cada detalhe com encantamento, até que, entre os convidados, seus olhos encontraram Heloíse. A amiga estava próxima de uma das colunas decoradas com heras e
Enquanto a festa segue animada, Nina se sente cheia de alegria ao olhar ao redor e ver como tudo está perfeito. Ela se aproxima de Lorena, que está radiante em seu vestido elegante.Lorena sorria, conversando com alguns familiares, e assim que viu Nina, abriu os braços com ternura.— Lore, a festa está tão linda, meus parabéns pelos 20 anos de casados — disse Nina, com um sorriso sincero e emocionado.Lorena segurou com carinho as mãos de Nina, os olhos brilhando de gratidão.— Obrigada, Nina. Fico feliz por sermos uma família... Eu, você, Camila. É um presente ter vocês aqui, caminhando comigo nessa jornada.Nina sorriu, apertando as mãos de Lorena com carinho. Era bonito ver que, apesar das circunstâncias difíceis pelas quais todos já haviam passado, o amor e a união ainda eram os pilares daquela família.Nesse momento, o som de passos firmes e ritmados se aproximou da mesa. Era Gael, filho de Camila, com os cabelos bem penteados e um tern
Pensamentos de Lorenzo.Enquanto a música suave preenchia o ambiente com notas envolventes, misturando-se ao tilintar de taças e ao murmúrio constante das conversas, Lorenzo permanecia recostado próximo a uma das colunas de mármore, com um copo de uísque em mãos e os olhos atentos ao movimento do salão. O aroma de perfume refinado, de flores frescas e do álcool caro no copo criava um cenário envolvente, quase cinematográfico.Seus olhos, porém, se fixaram em uma única figura — Rick Ocasek, seu pai. Impecável em seu terno escuro, Rick sorria de maneira genuína ao lado de Lorena, sua esposa, enquanto os dois interagiam com convidados, trocavam olhares cúmplices e pequenos gestos de afeto que passariam despercebidos a olhos desatentos. Mas Lorenzo percebia tudo.Ele sentia admiração. Verdadeira. Profunda. Para ele, o pai era mais que um líder. Era um símbolo. Um homem que dominava com firmeza o submundo da máfia, mas que ali, diante da família, se
O salão estava tomado por uma atmosfera acolhedora e festiva. A luz amarelada dos lustres refletia suavemente sobre os arranjos florais brancos e dourados, espalhando um leve perfume de lírios e jasmim pelo ar. A música de fundo, suave e instrumental, dava um toque de elegância à noite. Conversas animadas preenchiam o ambiente, interrompidas apenas pelo tilintar das taças erguendo brindes entre risos e abraços.Foi nesse clima de celebração que Rick se levantou com o microfone em mãos, o olhar sereno e o sorriso carregado de emoção. O burburinho foi silenciado aos poucos, até que todos os olhares se voltaram para ele. Ele caminhou lentamente até o centro do salão, ajustando o paletó escuro com elegância, enquanto sua presença imponente capturava a atenção de todos.Ele respirou fundo, olhando em volta para os rostos queridos — amigos, aliados, familiares. Então, com a voz firme e calorosa, começou:— Boa noite a todos. Hoje celebramos um marco muito especial em
A brisa da noite soprou suavemente pelas grandes janelas do salão, carregando consigo o perfume das flores frescas que adornavam o altar decorado com rosas brancas, velas altas e pequenos pontos de luz dourada pendendo do teto como estrelas. A música suave ao fundo — um instrumental de cordas emocionado — acompanhava o murmúrio silencioso dos convidados, todos atentos e comovidos diante da pequena cerimônia de renovação de votos.Rick e Lorena estavam de pé frente a frente, de mãos dadas, o olhar preso um no outro como se o tempo tivesse voltado vinte anos. Um silêncio respeitoso pairava no ar, entrecortado apenas pelo leve estalar das velas e pelos suspiros emocionados de alguns convidados.Após a breve cerimônia conduzida por um amigo próximo da família, Rick deu um passo à frente, o coração visivelmente acelerado. Ele apertou levemente as mãos de Lorena e, com a voz firme, porém embargada pela emoção, começou:— Lorena, ao longo dos anos, nosso casamento