Narrado por Maitê
O lorde me encara com os olhos faiscando. Uma mistura de raiva, surpresa e… dor? Talvez. Mas nada disso me toca mais. Eu não sou mais a mesma menina que chegou naquele morro carregando os cacos da vida. Hoje, sou outra. E ele ainda não percebeu isso.
— Você não pode me desafiar assim, Maitê. Você sabe muito bem qual é o seu lugar aqui! — Ele tenta impor autoridade, mas sua voz já não tem o mesmo peso.
Dou um sorriso irônico, a Glock ainda firme nas mãos, apontada com a mesma segurança que sinto agora no peito.
— Meu lugar é onde eu quiser estar, lorde. E definitivamente, não é ao seu lado. Eu me recuso a viver cercada por mentiras, promessas vazias e cheiro de outras mulheres. Acabou. Eu não sou tua propriedade.
A expressão dele se contorce. É como se minhas palavras ferissem o ego inflado que ele sempre cultivou. Ele dá um passo na minha direção, mas recuo. Não de medo — de nojo.
— Você não tem coragem de fazer nada, Maitê. Não é capaz disso. — Ele tenta me provoca