Narrado por Bruna
Ouvir as duras palavras de Caveira foi um golpe, mas, ao mesmo tempo, uma verdade cruel que precisava ser dita. Meu irmão, o homem que deveria ser meu protetor, foi quem me abandonou primeiro. Desde a morte da minha mãe, ele se distanciou de tudo e todos, mergulhando em seu próprio mundo, alheio aos meus sentimentos e necessidades. Quando ele decidiu que poderia controlar o destino de outras pessoas, principalmente o de Maitê, ele cruzou uma linha que não tinha volta. Mais do que isso, ele escolheu ignorar tudo o que ela passou, sem nunca sequer pensar nas feridas que ela carrega. Ele, mais do que ninguém, sabe dos traumas de Maitê, e, ainda assim, fez sua escolha.
Isso dói. Não consigo mais negar o que está na minha frente: meu irmão nunca foi o homem que eu esperava que fosse, e é triste finalmente ver isso com clareza. Ele nunca esteve lá quando eu precisei. Quando criança, e até mesmo mais velha, tantas vezes o procurei, mas ele sempre estava mais interessado em