Narrado por Lorde
Aí, mano… vou te falar: nada fere mais que traição de sangue. Não é qualquer trairagem. É daquelas que ardem devagar, como um cigarro que você esquece aceso no dedo.
Minha própria irmã, a mesma que cresceu sob o mesmo teto que eu, dividiu a mesma comida, o mesmo inferno… tá tentando me passar pra trás. E nem disfarça.
Fico pensando como vou chegar pro meu véio e soltar essa bomba. Porque, por mais que ele seja um desgraçado em mil níveis, ainda é nosso pai. E o velho não perdoa traição, principalmente vindo de dentro de casa. Quando ele souber que a princesinha dele tá se enroscando com o inimigo, a casa vai cair pra todo mundo.
Mas o jogo virou quando o Perigo me deu o papo.
Ele ficou de campana o dia inteiro, escondido na frente do CDD, disfarçado, na miúda. Ninguém suspeitou de nada, o cara é bom.
Foi lá pelas seis da tarde que ele me ligou.
— E aí, chefe. Tenho umas paradas quentes aqui, acho que tu vai curtir.
— Fala logo, porra. Tô sem paciência.
— A patricinha