A cozinha estava aconchegante, cheirando a arroz soltinho, carne acebolada e legumes refogados — simples, caseiro, bonito. Gabriel ajudava com movimentos cuidadosos, cortando exatamente o que Mariana pedia, como se aquele espaço já o reconhecesse. Guilherme estava à mesa, concentrado em um desenho novo: três bonequinhos de mãos dadas.
Mariana observou a cena e sentiu o peito arder. O trio. Eles três. O desenho que o filho fazia desde sempre agora, finalmente, fazia sentido.
— Gui — ela chamou, suave — vem aqui um pouquinho, amor.
O menino pulou da cadeira e foi até ela, e Gabriel o acompanhou se abaixando à altura dele. Mariana segurou o rostinho do filho com as duas mãos, o coração batendo tão forte que quase tremia.
— Filho… a mamãe precisa te contar uma coisa muito importante.
Os olhinhos castanhos ficaram atentos, abertos, limpos, curiosos.
— Sabe o Gabriel? O moço médico?
— Aham! — Guilherme respondeu, animado.
Gabriel sorriu, já com o coração nas mãos. Mariana respirou fu