Mariana chegou à casa de Matheus pouco antes das sete da noite. As luzes já estavam acesas, e o ambiente familiar a acolheu como sempre. Ela já estava acostumada com aquele espaço e com o trabalho, mas naquela noite, algo parecia diferente. Talvez fosse o peso de tudo o que havia acontecido, ou a sensação de que sua vida estava prestes a mudar de forma irreversível.
Matheus a recebeu com o sorriso habitual, mas seu olhar denunciava uma preocupação velada, que ele tentava esconder. Enquanto a guiava até a cozinha, onde uma xícara de café já a aguardava, ele não pôde evitar o tom cuidadoso na voz.
— Como você está? — perguntou, observando-a com atenção.
Mariana suspirou, pegando a xícara com as mãos trêmulas. — Estou... bem, acho. Tentando organizar as coisas na minha cabeça.
Matheus sentou-se à sua frente, seus olhos se estreitando com a preocupação. — Eu sei que tem sido muito para você. Se quiser parar de trabalhar aqui por um tempo... ou até mesmo sair de vez, não tem problem