A vida começou a se encaixar em pequenos detalhes.
Mariana pediu licença temporária no hospital da Chapada.
O diretor entendeu — não completamente, mas o suficiente para liberar sem pressão.
Guilherme, por sua vez, encarou tudo como uma aventura épica.
Para ele, a frase “vou morar perto do papai” era o equivalente emocional de ganhar o próprio parque de diversões.
Gabriel fez exatamente o que prometeu:
ficou na Chapada por alguns dias, ajudando, organizando, protegendo — e depois voltou para a capital para preparar a chegada deles.
Foi a primeira vez em cinco anos que Mariana fez as malas com calma.
Sem fugir.
Sem correr.
Sem deixar nada para trás.
Era estranho.
Mas bom.
Muito bom.
O carro avançava pela estrada asfaltada em direção à cidade onde Gabriel morava — O endereço que sempre pareceu perto demais para ser seguro, mas longe demais para esquecer.
Guilherme dormia no banco de trás, abraçado ao dinossauro de pelúcia.
Mariana observava o filho, e depois observava Gabriel dirigindo.