Mariana tentava se concentrar no trabalho enquanto organizava os prontuários e lia os relatórios no posto de enfermagem. Seus dedos deslizavam pelas páginas, mas sua mente parecia distante, ainda presa nas palavras e no olhar de Gabriel.
A tensão emocional fazia com que seu coração acelerasse de tempos em tempos, e a tentativa de manter o foco era frustrante. O ambiente familiar do hospital, o som dos monitores e o movimento dos colegas passavam despercebidos enquanto ela tentava, sem sucesso, suprimir os pensamentos.
Clara se aproximou novamente, segurando uma bandeja de materiais, e parou ao lado de Mariana, observando-a por alguns segundos. Clara franziu a testa ao ver o olhar distante da amiga, a respiração pesada e o ligeiro tremor em suas mãos enquanto organizava os papéis.
— Ei, você parece um pouco fora do ar. Aconteceu alguma coisa? — perguntou Clara, sua voz suave, mas com um tom de preocupação evidente.
Mariana disfarçou, ajeitando os relatórios e tentando parecer ma