O sono não veio. Deite-me como se deitar fosse uma formalidade, um gesto mecânico realizado por alguém que precisava conservar forças para o mundo real. A escuridão do quarto era uma segunda máscara. Fechei os olhos e esperei a tempestade passar, mas a tempestade estava dentro de mim. Destruindo todos os meus sonhos, inclusive o de ser pai dos filhos de Isabella. Ella já era mãe, mas não de um filho meu. Passei a noite pensando em Ella: no riso que foi planejado, nas palavras que foram veneno, na traição que se transformou em criança. Cada lembrança era uma lâmina que eu girava com cuidado, procurando o ponto exato para cortar.
Quando a madrugada chegou, eu continuei acordado. Vagueei pelos corredores da mansão, os passos fazendo eco como se até o próprio lugar soubesse em que eu me tornei. Olhei o anel no dedo, me lembrei do pequeno rastreador sob o metal. Fui até o computador e lá estava ela no mesmo local. Mansão dos Ravelli. Um conforto frio e calculado tomou conta de mim. Às ve