O dia tinha sido exaustivo.
Longo demais, cheio demais, com pessoas demais.
Quando finalmente cheguei em casa, tudo o que eu queria era silêncio… um espaço onde eu pudesse respirar sem precisar carregar o mundo nas costas.
Luce veio correndo, alegre como sempre, com a babá logo atrás, mas não havia sinal de Isabella.
Subi as escadas com um aperto estranho no peito. Abri a porta do quarto, e lá estava ela.
Deitada de lado, encolhida, como se tentasse desaparecer dentro dos próprios lençóis.
No instante em que percebeu minha presença, seu corpo ficou rígido, tensionado demais para alguém que dizia estar apenas cansada.
Aproximei-me devagar.
“ Tudo bem, amor?”
Ella demorou a responder.
Passou as mãos pelo rosto como quem tenta apagar vestígios que já não dá mais para esconder.
ELLA: Ah… está sim…
Murmurou.
ELLA: … Só estou um pouco cansada.
Mas eu a conhecia bem demais. O olhar vazio, triste. O rosto inchado denunciando que ela chorou, e muito.
Ajoelhei-me à beira da cama.