O relógio da sala marcava quase meia-noite quando Eduardo desligou a vitrola. Sophia dormia no sofá, a taça de vinho ainda meio cheia na mesa. Ele observava o rosto dela, agora relaxado, sem a máscara de doçura. Uma fera disfarçada.
Ele tinha o que precisava: as palavras dela, carregadas de ódio, já estavam registradas discretamente pelo gravador escondido no abajur. Agora era questão de tempo para reunir todas as peças.
Mas Eduardo sabia que não poderia agir sozinho. Sophia era ardilosa, e qualquer movimento em falso poderia custar a vida de Elisa e de seus filhos.
Foi então que Cecília apareceu. Ela havia batido na porta, determinada. Quando Eduardo abriu, encontrou a amiga de Elisa, com o olhar carregado de lágrimas e fúria.
Você enlouqueceu de vez? ... ela disparou, olhando para Sophia adormecida. Agora está bancando o apaixonado por essa víbora enquanto Elisa… Elisa pode estar morrendo em algum lugar?!
Eduardo segurou o braço dela, pedindo silêncio.
Shhh… fala baixo. Eu se