Na manhã de segunda-feira, o hospital em que Elisa trabalhava amanheceu em polvorosa.
Cópias de uma matéria escandalosa circulavam pelos corredores, como fogo em palha seca.
“Renomada médica é flagrada em caso amoroso com o diretor do hospital ... Carreira e ética médica em jogo!”
A manchete era sensacionalista. A foto, distorcida. Um ângulo proposital que mostrava Elisa rindo com o diretor do hospital, numa conversa informal em um evento médico, fora de contexto.
Embaixo, comentários anônimos questionando sua conduta profissional, sua ética, seu relacionamento com pacientes.
Elisa, ao entrar no hospital, foi recebida com olhares desconfiados.
Bom dia… ela disse, hesitante, ao cumprimentar colegas que agora desviavam o olhar.
No corredor, pegou um exemplar impresso da matéria deixado sobre a mesa da recepção. Seus olhos percorreram as linhas com uma sensação de náusea no estômago.
Ela reconheceu aquela armadilha.
Sophia.
Sabia que era coisa dela.
A intenção e