A cidade de Nara, com seus templos milenares e ruas tranquilas, era o cenário perfeito para o silêncio que Eduardo carregava no peito.
Chegara tarde demais… mais uma vez.
Elisa estava ali, sim.
Na mesma cidade.
A poucos quilômetros de distância, nos bastidores de um teatro tradicional reservado apenas para convidados japoneses e diplomatas culturais.
Mas não havia passes extras.
Não havia exceções.
E mais uma vez, ela estava perto… mas inalcançável.
Eduardo caminhou pelo entorno do teatro, mãos nos bolsos do sobretudo, olhos vagos.
Trazia em mãos a carta que escrevera durante o voo.
Seu coração dizia que não podia deixá-la ali sem tentar algo.
Ao ver algumas bailarinas saindo discretamente por uma lateral do prédio, reuniu coragem.
Aproximou-se de uma delas ... jovem, japonesa, simpática.
Desculpe. Você faz parte da companhia?
Sim, senhor.
Preciso pedir algo… especial. É sobre uma das bailarinas. Carla Amaral. Eu... preciso que ela receba isso.
Estendeu o envelop