O teatro em Munique aplaudiu de pé.
A última nota do violino ecoou no ar, seguida por um silêncio profundo ... um silêncio que dizia mais do que mil vozes.
Era o fim.
Clara Vianna se despedia dos palcos.
Na coxia, Elisa retirou o figurino com calma.
Cada dobra, cada lantejoula, cada partitura da memória… tudo foi guardado com carinho.
Com respeito.
Você vai fazer falta no palco ... comentou uma das produtoras. O mundo ainda queria ver você dançar.
Elisa sorriu, mas não respondeu.
Ela sabia.
A arte a salvou.
Mas agora, estava pronta para voltar a ser quem realmente era.
Não uma estrela.
Não uma sombra.
Elisa Santos.
Médica.
Mulher.
Inteira.
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Duas semanas depois, o avião pousava discretamente no Aeroporto do Galeão.
Nenhum fã.
Nenhuma imprensa.
Nenhuma Cecília esperando com flores.
Ela desceu com uma mala leve e um olhar firme.
Vestia jeans, blazer cinza e sapatos baixos.
O cabelo preso num coque simples.
Sem maquiagem.
Mas carregava no rosto a serenid