Eduardo não dormiu naquela noite.
A imagem da bailarina mascarada, os olhos que pareciam falar diretamente com sua alma, e a dança que o fez perder o ar... tudo girava como um redemoinho em sua mente.
Na manhã seguinte, antes mesmo do café, já estava ao telefone com o assessor responsável pelos eventos culturais da noite anterior.
Preciso saber quem era a bailarina principal da apresentação do “Lago dos Cisnes”. Aquela com a máscara branca.
Senhor Castro, peço desculpas, mas a identidade dela está sob cláusula de confidencialidade exigida pela própria artista.
É um assunto pessoal. Muito pessoal. ... Eduardo respirou fundo, tentando manter o controle. ... Eu pagarei o que for necessário.
Não é uma questão de dinheiro, senhor. A exigência partiu dela. Apenas um número seleto de pessoas no círculo mais íntimo sabe quem ela é.
Eduardo desligou frustrado.
Aquilo não era só uma dança. Era um pedido de socorro.
Era um recado mudo.
E ele não ia perder essa chance. Não des