A segunda-feira começou com um céu nublado e uma brisa morna que atravessava as ruas da cidade. Helena acordou cedo, como de costume, mas dessa vez sem o peso habitual no peito. Havia algo diferente no ar. Talvez fosse o livro que começara a ler. Talvez fosse o silêncio da casa. Ou talvez fosse ela mesma, mudando aos poucos.
Tomou banho, vestiu uma blusa azul clara e prendeu o cabelo em uma trança solta. Pegou o caderno, o livro e saiu para caminhar. Rafael tinha sugerido que ela conhecesse um café novo, pequeno e acolhedor, onde ele costumava ir para escrever. Helena hesitou, mas decidiu ir. Precisava de novos espaços. Novos olhares.
O café ficava numa rua tranquila, com árvores alinhadas e uma fachada charmosa de tijolos aparentes. O nome, “Café Aurora”, estava escrito em letras cursivas sobre uma placa de madeira. Helena entrou e foi recebida por um aroma de café fresco, pão de queijo e algo doce que não soube identificar.
— Bom dia — disse uma voz alegre atrás do balcão.
Helena o