Helena acordou com o som dos primeiros carros na rua, o céu ainda pintado de tons suaves de rosa e azul. Era seu segundo dia no Café Aurora, e a expectativa misturava-se à ansiedade. Seu olhar percorreu o pequeno apartamento antes de sair, o silêncio daquele lugar parecia mais pesado, lembrando a mãe no hospital. Respirou fundo, vestiu-se com calma e saiu para enfrentar o dia.
Chegando ao café, o aroma do café fresco já a envolvia, misturado ao burburinho tranquilo da manhã. Bianca, sempre animada, já estava lá, organizando as mesas.
— Bom dia, Helena! — saudou, sorrindo. — Pronta para mais um dia?
— Sempre — respondeu Helena, com um leve sorriso, sentindo-se um pouco mais confiante.
Enquanto organizava as xícaras, a campainha soou, e Helena ergueu o olhar. João Paulo entrou, com seu terno azul-marinho impecável, seu sorriso calculado e aquela presença que sempre a deixava um pouco desconfortável.
— Bom dia, Helena — cumprimentou ele, com a voz grave e calorosa. — Já parece uma profis