Kaleo
Há quem diga que festas de gala são os melhores lugares para medir poder. Eu discordo. Festas não são palcos, são arenas. Cada sorriso esconde uma arma, cada taça de champanhe é só um disfarce para o ácido. E eu gosto de assistir à queda dos outros quando esquecem disso.
Mas hoje a arena não é para eles. É para ela.
Layla.
O convite para a festa beneficente chegou às mãos dela porque a ONG onde trabalha foi escolhida para receber doações. Ingênua, ela achou que era sorte. Eu sei que sorte não existe. O que existe é a minha assinatura no cheque que tornou possível a “indicação”.
Entro no salão com meu terno escuro e a paciência de um predador. Reconheço rostos conhecidos, coleciono cumprimentos. Nenhum me importa. Só um par de olhos âmbar, que brilha mesmo sob a luz amarela dos lustres.
Ela está linda. Vestido verde-escuro, simples, mas que realça cada curva discreta. O cabelo solto cai pelas costas como se desafiasse as normas de etiqueta. E ela sorri, genuinamente, para cada pe