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Capítulo 7: Frestas de Controle

Os dias seguintes foram um teste constante para Isadora.

Ela mergulhava em planilhas, participava de reuniões estratégicas, comandava sua equipe com firmeza — tudo para tentar afastar a lembrança do calor da respiração de Dominic tão perto da sua pele. Mas ele estava lá. Sempre. À espreita. Como se soubesse exatamente quando ela estava vulnerável.

Dominic, por sua vez, estava ficando inquieto. O jogo que antes era apenas uma provocação divertida agora se tornava uma obsessão silenciosa. Isadora não saía de sua mente. Ele tentava manter o foco nos negócios, nos relatórios que exigiam sua atenção, mas a lembrança dela — os olhos desafiadores, o corpo tenso, os lábios que tremiam entre o desejo e o autocontrole — o consumia.

Ele sabia que estava cruzando limites. Sabia também que quanto mais ela resistia, mais ele a desejava. Mas havia algo mais profundo ali. Uma mulher como Isadora não era só um desafio. Ela era uma tempestade. E ele estava cada vez mais disposto a ser levado por ela.

Na tarde de quinta-feira, a tensão entre eles atingiu um novo ápice.

Isadora foi chamada para uma reunião a portas fechadas com os diretores, e Dominic também estaria presente. A pauta era importante: reformulação de uma linha de produtos que envolvia decisões milionárias. O tipo de reunião que exigia foco absoluto. Mas tudo que ela conseguia pensar era: “Como vou manter a compostura com ele tão perto?”.

Ao entrar na sala, ela sentiu o ar mais denso. Dominic já estava lá, sentado com a postura impecável, os dedos entrelaçados sobre a mesa, a expressão concentrada — mas seus olhos encontraram os dela imediatamente.

Ela escolheu um lugar do outro lado da sala, o mais longe que conseguiu sem parecer forçada. Tentava ignorá-lo. Mas a presença dele era como um campo magnético.

Durante a reunião, ele a observava discretamente. Quando ela falava, ele a escutava com atenção — não apenas pelas ideias brilhantes, mas porque cada palavra sua parecia um convite não dito. A maneira como ela gesticulava com elegância, como cruzava as pernas com naturalidade, como desviava o olhar com disfarçada tensão… tudo nele ardia.

Quando a reunião terminou, os demais começaram a deixar a sala. Isadora permaneceu sentada, organizando alguns documentos. Sabia que ele ainda estava ali. Sabia que ele não perderia a chance.

— Você foi brilhante, como sempre — disse Dominic, aproximando-se lentamente.

Ela não levantou os olhos. Continuou organizando as folhas, como se ignorá-lo fosse suficiente para deter aquele furacão que se aproximava.

— Estou apenas fazendo meu trabalho. — respondeu, tentando manter a frieza.

Dominic apoiou as mãos sobre a mesa, de frente para ela, inclinando-se levemente. Sua voz veio mais baixa:

— Você está lutando contra algo que já perdeu.

Isadora ergueu o olhar, e encontrou o dele — firme, escuro, intenso.

— Eu ainda estou aqui, Dominic. Ainda não cedi.

— Mas está cada vez mais perto.

Um silêncio se instalou entre eles. Ela sentia o coração martelar no peito, as mãos levemente trêmulas. Ele sabia, e ela sabia também: havia fissuras em sua armadura. E cada encontro entre eles aprofundava essas rachaduras.

Ela se levantou lentamente, tentando não demonstrar fraqueza.

— Isso não pode acontecer. — disse, quase num sussurro. — Você vai se casar. E eu tenho uma carreira para proteger.

Ele deu um passo à frente, tão perto que ela podia sentir o calor de seu corpo.

— Meu casamento é uma mentira. Uma formalidade imposta. Eu nunca senti por ela o que sinto por você, Isadora.

As palavras dela ficaram presas na garganta. Ela queria gritar. Queria beijá-lo. Queria correr. Mas tudo o que conseguiu fazer foi encará-lo com os olhos cheios de dúvida e desejo.

— Então você precisa resolver sua vida antes de vir atrás da minha.

Dominic assentiu, com um meio sorriso. Mas não era um sorriso de vitória. Era o sorriso de quem sabia que a batalha ainda estava longe de acabar — mas que cada vez mais ela também queria perder.

Ele se virou e saiu da sala, deixando Isadora sozinha, com os documentos ainda em mãos e a respiração entrecortada.

Ela se sentou novamente, o corpo ainda quente, o coração acelerado.

“Se ele romper o noivado…”, pensou. Mas não concluiu.

Porque no fundo, ela já sabia: não era mais uma questão de se ela cederia.

Era quando.

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