Os dias seguintes foram um teste constante para Isadora.Ela mergulhava em planilhas, participava de reuniões estratégicas, comandava sua equipe com firmeza — tudo para tentar afastar a lembrança do calor da respiração de Dominic tão perto da sua pele. Mas ele estava lá. Sempre. À espreita. Como se soubesse exatamente quando ela estava vulnerável.Dominic, por sua vez, estava ficando inquieto. O jogo que antes era apenas uma provocação divertida agora se tornava uma obsessão silenciosa. Isadora não saía de sua mente. Ele tentava manter o foco nos negócios, nos relatórios que exigiam sua atenção, mas a lembrança dela — os olhos desafiadores, o corpo tenso, os lábios que tremiam entre o desejo e o autocontrole — o consumia.Ele sabia que estava cruzando limites. Sabia também que quanto mais ela resistia, mais ele a desejava. Mas havia algo mais profundo ali. Uma mulher como Isadora não era só um desafio. Ela era uma tempestade. E ele estava cada vez mais disposto a ser levado por ela.N
O fim de semana chegou como um suspiro aliviado para Isadora. Ela precisava de distância. Do trabalho. De Dominic. De si mesma.Passou o sábado inteiro em casa, evitando ligações, ignorando mensagens e tentando preencher o tempo com coisas mundanas: lavou roupas, reorganizou livros, preparou um jantar elaborado só para si. Mas nada parecia suficiente para calar os pensamentos que martelavam em sua cabeça.Dominic.Ele era como uma febre que não passava. Um pensamento constante, que se infiltrava em cada espaço vazio de sua mente. Era frustrante, irritante e, acima de tudo, inevitável.Na manhã de domingo, ela decidiu sair para caminhar no parque. O céu estava nublado, o ar levemente úmido, e a tranquilidade do lugar parecia o oposto exato do caos interno que ela vivia. Caminhou por mais de uma hora, respirando fundo, tentando encontrar equilíbrio.Mas então, seu celular vibrou.Dominic.“Podemos conversar? Só conversar. Juro.”Ela ficou parada por um longo tempo, olhando para a mensag
A semana começou com um silêncio inquietante.Isadora entrou na empresa com a cabeça erguida e o coração acelerado. Desde o encontro no café, ela não trocara uma palavra sequer com Dominic. Não respondeu suas mensagens. Não buscou por ele nos corredores. Estava decidida a manter distância. Precisava provar a si mesma que ainda tinha o controle.Mas bastou entrar no elevador e vê-lo ali, de terno cinza escuro e o olhar cravado nela, para perceber o quanto sua decisão era frágil.Eles ficaram em silêncio. O espaço fechado parecia menor do que de costume, e o ar se tornava mais denso a cada andar que passava. O perfume dele, amadeirado e marcante, a envolvia como uma lembrança viva daquela confissão no café.Dominic, por sua vez, se manteve imóvel, mas atento. Observava cada movimento dela com discrição: os dedos apertando levemente a alça da bolsa, a respiração controlada, o maxilar tenso. Ele respeitaria o espaço que ela pediu. Mas isso não significava desistir.Quando o elevador parou
Isadora passou os dias seguintes mergulhada em silêncio. Trabalhar era a única coisa que a mantinha à tona. Evitava Dominic com precisão cirúrgica — agendava reuniões em horários distintos, pedia a outros colegas para representá-la em encontros em que sabia que ele estaria presente. Era uma dança cuidadosa, milimetricamente calculada, como se a proximidade com ele fosse uma corda bamba estendida sobre um abismo.Mas, mesmo mantendo distância física, ele habitava sua mente.Ela pensava nele enquanto revisava contratos, ao pegar seu café da manhã, quando se olhava no espelho antes de dormir. Pensava em como ele a olhava, em como falava com ela, no som da sua respiração quando se aproximava demais. Aquilo era enlouquecedor.No meio da semana, decidiu sair mais cedo do escritório. Precisava de ar, precisava da liberdade que só a cidade noturna oferecia. Caminhou pelas ruas como se procurasse respostas em vitrines acesas, em rostos desconhecidos, em passos apressados.Parou em frente a um
O sol filtrava-se suavemente pelas cortinas do quarto, tingindo o ambiente com tons dourados e quentes. Isadora abriu os olhos devagar, sentindo a maciez dos lençóis contra a pele nua. Por um instante, não soube onde estava. Mas então o cheiro dele, amadeirado e envolvente, trouxe tudo de volta.Dominic.O corpo dele ainda estava ali, adormecido ao seu lado. Ela se virou devagar, observando seus traços fortes, a serenidade que só o sono poderia conceder a alguém tão intenso. Ele estava com o braço estendido sobre o travesseiro, o peito subindo e descendo em um ritmo calmo. Parecia tão… diferente. Vulnerável. Humano.Isadora suspirou e fechou os olhos por um momento. Sentia-se preenchida e vazia ao mesmo tempo. A noite anterior ainda dançava em sua pele como um segredo quente. Eles haviam se entregado um ao outro com tanta intensidade que parecia que o mundo havia parado.Mas o mundo, infelizmente, não parava.Ela levantou-se devagar, pegou a camisa dele do chão e vestiu. Caminhou até
O dia seguinte começou com um silêncio diferente. Não o silêncio da tensão ou da dúvida, mas o de uma calma estranha, como se o mundo tivesse diminuído o ritmo só para observar os passos de Isadora e Dominic.Ela chegou à empresa mais cedo que o habitual. Queria evitar olhares, cochichos, especulações — mesmo que não houvesse ainda nada explícito para ser comentado. A única certeza era o calor que ainda sentia na pele, como se os dedos de Dominic tivessem deixado marcas invisíveis.Assim que entrou em sua sala, respirou fundo e se jogou em suas tarefas. Precisava manter a mente focada, provar para si mesma que podia separar as coisas. Que conseguiria manter o profissionalismo intacto, apesar de tudo.Mas, claro, Dominic não tornaria isso fácil.Por volta das dez da manhã, ele apareceu na porta de sua sala com duas xícaras de café.— Paz selada com cafeína? — perguntou, com aquele sorriso que ela já reconhecia como um convite para o perigo.Isadora cruzou os braços, erguendo a sobrance
O sábado amanheceu com o céu nublado, e Isadora agradeceu por isso. Ela precisava de um dia sem sol, sem sorrisos forçados, sem a euforia típica que acompanhava as manhãs ensolaradas. Estava em conflito — não com Dominic, mas com o que ele despertava nela.Desde o jantar, algo havia mudado. Havia sido tudo tão simples, tão genuíno, que assustava mais do que uma noite de sexo. O desejo, ela sabia como lidar. Mas aquele tipo de conexão… era novo. Assustadoramente novo.Dominic também sentia o peso da mudança. Passara a noite revendo cada palavra trocada, cada sorriso discreto, cada gesto de Isadora. Havia em seus olhos uma mistura de força e fragilidade que o deixava completamente obcecado. Ele não queria mais só provocá-la. Queria compreendê-la.No início da tarde, Dominic decidiu arriscar. Mandou uma mensagem simples, sem duplo sentido:Dominic: Estou indo visitar minha irmã. Ela perguntou sobre você.A resposta demorou mais do que ele gostaria.Isadora: Você fala de mim com a sua irm
A manhã chegou com um silêncio diferente. Era o tipo de silêncio que não incomodava, mas dizia tudo. Isadora despertou com o calor do corpo de Dominic ao seu lado, o braço dele envolvido em sua cintura, como se temesse que ela desaparecesse se ele soltasse.Ela não queria se mover. Não queria que a magia da noite anterior evaporasse com o nascer do sol. Por um instante, permitiu-se apenas sentir. O peso do corpo dele, o som do respirar tranquilo, o cheiro amadeirado que impregnava os lençóis.Mas a mente não demorou a voltar ao mundo real.Ela virou-se devagar, encontrando o rosto sereno de Dominic, ainda dormindo. Como podia aquele homem, tão intenso e cheio de domínio, parecer tão vulnerável ali, deitado ao seu lado?Uma parte dela queria congelar aquele momento. A outra, queria fugir antes que tudo desmoronasse.Ela levantou-se em silêncio, pegando uma camisa dele jogada no chão e vestindo-a com cuidado. Caminhou até a cozinha e começou a preparar café, como se aquele gesto fosse s