Helena acordou com o som insistente do celular vibrando sobre o criado-mudo. Ainda era cedo — o sol mal despontava no horizonte. Ao atender, sua expressão se fechou.
— Júlia? O que aconteceu?
Do outro lado da linha, a voz da amiga estava tensa, ofegante.
— É o Rafael. Houve uma batida, Helena... Ele está no hospital.
— Como assim? Que tipo de batida?
— Um carro em alta velocidade cruzou o sinal e atingiu o carro dele. Mas não foi um acidente comum. A polícia já suspeita que foi premeditado. — Houve uma pausa breve. — Rafael está em coma induzido.
Helena ficou em silêncio por alguns segundos, tentando processar. Seu coração acelerava e seu corpo tremia, mas ela apertou os olhos e respirou fundo. Ela não podia se desesperar.
— Em qual hospital ele está?
No hospital, o cheiro de desinfetante e o som intermitente dos monitores cardíacos formavam o cenário sufocante. Rafael jazia inconsciente, pálido, ligado a tubos e aparelhos. Helena ficou ao lado dele, segurando sua mão com força.
— Voc