A madrugada caiu sobre Montserra com um silêncio estranho, como se a cidade segurasse a respiração. Helena não dormia há dois dias. As revelações dos últimos acontecimentos haviam transformado sua vida — e sua origem — em um enigma perigoso. Mas agora, mais do que nunca, ela precisava seguir em frente.
Com o pen drive original em mãos, os recortes de jornais antigos e a fotografia do homem desconhecido, Helena sentou-se diante de uma parede vazia no escritório da casa de Leonardo. Júlia trouxe canetas, post-its e fita adesiva.
— Vamos montar o quebra-cabeça.
Em poucas horas, a parede estava coberta. Datas, nomes, conexões entre empresas fantasmas, fundações de fachada e assassinatos não solucionados. Em pelo menos três deles, o símbolo da bengala — o D estilizado — aparecia discretamente em fotos, documentos ou registros sigilosos.
— Ele sempre esteve por trás, movendo as peças — murmurou Helena.
— E sempre operando nas sombras — completou Júlia.
Leonardo entrou com o celular na mão,