O vídeo de Helena havia sido visto mais de dez milhões de vezes em menos de vinte e quatro horas. Nos corredores dos tribunais, nas assembleias e até em bastidores políticos da capital, o nome Projeto Orquídea se tornou uma bomba-relógio.
Algumas figuras públicas começaram a se afastar de Carlos Ferraz e de Augusto Rezende, tentando salvar suas próprias peles. Denúncias anônimas se multiplicavam. Jornalistas investigativos finalmente tinham uma trilha concreta para seguir. O caos estava instaurado.
Mas no topo da pirâmide, alguém observava tudo com atenção — e frieza.
Num luxuoso escritório em Brasília, o homem chamado apenas de “Sr. D.” apagava o charuto num cinzeiro de prata enquanto assistia ao vídeo pela enésima vez. Ele não era político. Não era empresário. Era o elo invisível entre o poder e o crime.
— A menina deu trabalho — murmurou.
Do outro lado da sala, uma mulher elegante — cabelos ruivos, óculos de armação fina e uma cicatriz discreta no queixo — esperava silenciosamente.