O tempo passara rápido desde a noite do sarau. A repercussão ecoava ainda em rádios, jornais e redes sociais, mas Isadora sabia que aquele capítulo precisava ser encerrado. A Casa da Palavra tinha cumprido sua função: fora abrigo, resistência e celebração. Agora, ela não queria mais que sua vida fosse reduzida a esse espaço coletivo. A história precisava seguir por outros caminhos, e ela precisava reencontrar sua própria rota.
Nos dias seguintes, as portas da livraria continuaram abertas, mas o protagonismo deixou de ser seu. O conselho formado pela comunidade assumiu a responsabilidade de gerir o lugar, organizando oficinas, encontros e eventos. Isadora participou das últimas reuniões necessárias, ajudou a delegar funções, mas fez questão de se afastar dos holofotes. Havia uma diferença entre inspirar e se aprisionar no papel de guardiã eterna; ela escolhera não se deixar aprisionar.
Rafael percebeu sua decisão antes mesmo que ela o verbalizasse. Ele não a questionou, não tentou conv