A primavera chegou com força. O campo ao redor do sítio florescia, o verde se multiplicava como promessa de continuidade. O rio, agora manso, refletia o azul intenso do céu, e a casa branca parecia mais viva a cada dia. O cheiro de jasmim entrava pelas janelas, e o canto das cigarras anunciava o calor que vinha. Isadora caminhava descalça pelo quintal, sentindo a terra quente sob os pés e o peso leve da existência.
Tudo estava em paz. Rafael escrevia na varanda, o cachorro dormia estirado ao sol, e o vento fazia dançar as cortinas da sala. Isadora passava as manhãs cuidando da horta e as tardes dando aula às crianças da vila, que continuavam a chegar com livros nas mãos e curiosidade nos olhos. O aprendizado se transformara em rotina de alegria. Às vezes, as mães vinham junto, sentavam-se sob a mangueira, e o lugar se tornava um ponto de encontro, um refúgio discreto onde a vida corria devagar.
Numa tarde de domingo, Rafael apareceu com um envelope novo. O correio havia trazido uma ca