Leonardo estava sentado na poltrona de couro do saguão do hotel cinco estrelas onde aconteceria a reunião na manhã seguinte. Terno impecável, olhar frio, mas a expressão levemente intrigada ao ver o nome de Helena aparecer na tela do celular.
— Helena? Aconteceu alguma coisa? — atendeu, a voz mais séria do que pretendia.
— Precisamos conversar... mas não é sobre trabalho. É... pessoal. — a voz dela estava mais firme do que nunca, mas havia algo ali — raiva, dor, talvez um pouco dos dois.
Por um segundo, Leonardo ficou em silêncio. Ele não era do tipo que misturava pessoal e profissional... mas com Helena, cada limite parecia cada vez mais tênue.
— Estou no hotel. Se quiser... pode vir até aqui.
Sem pensar duas vezes, ela respondeu:
— Me envia o endereço. Estou indo.
Pouco mais de quarenta minutos depois, Helena desceu do táxi, os saltos estalando no piso de mármore do saguão. Vestia uma calça de alfaiataria preta, blusa de seda vinho e um casaco sobre os ombros. A maquiagem impecável,