O dia amanheceu nublado em Montserra, e o clima parecia refletir o peso que Helena carregava no peito. As últimas 48 horas tinham sido um turbilhão — mensagens anônimas, olhares desconfiados e o instinto de alerta que latejava como um alarme constante. E agora, com Leonardo ao seu lado, envolvido diretamente nas ameaças, ela sabia que aquilo ia muito além de coincidência.
Enquanto tomava o café da manhã com Leonardo em silêncio, seu olhar perdido sobre a xícara, ele finalmente quebrou a tensão.
— Não consigo mais ignorar isso, Helena. Precisamos agir. Já mandei reforçar sua segurança.
Ela assentiu, mas sua mente já estava longe dali.
— E Júlia? — perguntou ela. — Será que ela também está correndo perigo?
Leonardo a observou, os olhos cerrados.
— Não sei, mas se alguém está tentando nos atingir, vai buscar os pontos vulneráveis. E você confia nela como a uma irmã.
Helena não respondeu. Confiava, sim. Júlia era sua âncora desde a queda de tudo. Mas algo na lembrança da conversa da noite