O som dos saltos de Helena ecoava no piso de mármore enquanto ela atravessava o saguão do edifício onde ficava a empresa de Leonardo Falcão. Cabelos soltos, batom vermelho impecável, postura ereta e um olhar que intimidava até quem não tinha culpa de nada. Ela não era mais a mulher ingênua que aceitava tudo em silêncio. Aquela versão morreu no dia em que flagrou sua irmã e seu noivo na cama.
Quando as portas do elevador se abriram, lá estava ela. Isadora. Sentada no café do térreo, rindo e mostrando para quem quisesse ver que não tinha remorso algum.
Assim que viu Helena, Isadora ergueu o queixo, cruzou as pernas e sorriu com deboche.
— Nossa... — Isadora soltou, fingindo surpresa. — Quem diria que você ainda teria coragem de aparecer em público. Parabéns, irmãzinha, é preciso ter estômago.
Helena parou, respirou fundo, ajeitou o blazer e caminhou diretamente até a mesa dela.
— Engraçado ouvir isso de você... — Helena respondeu, com um sorriso frio. — Porque, se alguém aqui deveria se