A Cidade Vigia

O domingo amanheceu lento, com um sol que parecia não ter pressa de subir. As ruas, ainda molhadas pelo sereno da madrugada, refletiam os primeiros raios em poças irregulares, e Isadora caminhava sentindo o chão frio sob os pés, tudo parecia fora do normal. A praça da véspera ainda estava viva dentro dela: as vozes, os livros, as palmas que não buscavam espetáculo. Aquele eco parecia protegê-la, mas também a lembrava de que o silêncio de Gabriel nunca significava rendição.

Na livraria, o ambiente tinha uma atmosfera nova, como se o lugar tivesse absorvido a força da leitura pública. Clientes entravam sorrindo, alguns comentavam sobre a praça, outros apenas agradeciam com o olhar. Havia um fio de orgulho invisível correndo entre as estantes, e Isadora percebeu que, pouco a pouco, estava deixando de ser apenas personagem de um escândalo para se tornar símbolo de resistência.

Mas o alívio durou pouco. Ainda antes do almoço, Rafael apareceu com o celular na mão, o rosto sério. Mostrou a t
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