Bati levemente à porta do escritório, o coração ainda acelerado pelo banho quente que não tinha conseguido me acalmar. Respirei fundo antes de falar:
— Com licença, papai… vamos jantar? — Hesitei, e acrescentei, tentando quebrar a seriedade do momento: — O senhor fica também, tio Richard?
Do lado de dentro, senti o ar pesar. Meu pai ajeitou os óculos, Richard trocou um olhar rápido com ele e, antes que qualquer um respondesse, a porta foi escancarada.
Lilibeth surgiu como uma fúria, os olhos chispando ódio. Antes que eu pudesse entender, ela avançou em minha direção, me empurrando com força contra a porta.
— Foi você! Sua sonça, feiosa, horrorosa! — gritou, erguendo a mão e me atingindo com um estalo seco no rosto. — Você fez a cabeça do papai contra a gente!
Cambaleei, sentindo o gosto metálico de sangue quando o aparelho cortou por dentro dos meus lábios. Meu óculos escorregou, quase se partindo ao cair no chão.
— Lilibeth! — A voz do meu pai ecoou como um trovão. Ele a segurou pelo