Adam ficou alguns segundos em silêncio depois do desabafo. Do outro lado, a mãe ainda fungava, tentando se recompor. Ele respirou fundo, limpou as lágrimas com a manga da camisa e falou com firmeza:
— Mãe, eu ia sair daqui agora e ir pro clube. — A confissão saiu pesada. — Eu faço isso praticamente três vezes na semana, como se fosse obrigação, como se fosse academia, como se fosse trabalho. Mas hoje… hoje eu não vou.
— Graças a Deus, — a mãe murmurou, quase em oração.
— Amanhã mesmo, eu vou procurar um terapeuta. Mas não só pra mim. Pra nós dois, mãe. Nós dois precisamos nos libertar. — Ele ajeitou-se no assento, o coração acelerado. — Porque eu percebi uma coisa: a dominação, pra mim, se tornou um vício. Do mesmo jeito que a submissão, pra senhora, também se tornou um vício.
O silêncio dela foi resposta suficiente.
— Eu não digo isso porque não amo o papai. Eu amo, claro que amo. Mas eu amo mais a senhora. — A voz dele embargo