O advogado, Dr. Armand, recolheu as vias assinadas com cuidado, mas não conseguiu esconder a surpresa no olhar.
— Em todos esses anos que trabalho nesta empresa, senhor Adam, eu nunca vi sua mãe tomar decisões assim. Sempre foi o seu pai quem falava por ela. E ela... concordava com tudo. Hoje, foi diferente. Hoje, ela mudou tudo.Adam recostou-se na poltrona de couro, soltando um meio sorriso, mas com os olhos firmes.— Pois é, doutor. Ela assinou, não foi? Então está feito.Ele fez uma pausa, como se algo estivesse amadurecendo dentro dele, e completou:— Agora quero que o senhor faça um favor para mim.— Diga, senhor Adam — respondeu o Dr. Armand.— Quero que cinco por cento das minhas ações sejam colocados no nome da dona Márcia.O advogado arqueou as sobrancelhas, incrédulo.— A dona Márcia... a funcionária da limpeza?Adam inclinou o corpo para frente, os cotovelos apoiados na mesa. Sua voz não tremeu.—