O silêncio no carro era quase sufocante. Camila olhava fixamente pela janela, como se a paisagem em movimento pudesse oferecer respostas que sua mente insistia em não entregar. Leonardo, com as mãos firmes no volante, desviava os olhos para ela de tempos em tempos, sem dizer uma palavra. Ambos sabiam que aquele silêncio era apenas o prelúdio da tempestade que estava prestes a explodir.
— Por que você está tão quieta? — Leonardo quebrou o silêncio, sua voz carregada de tensão.
Camila respirou fundo antes de responder, mantendo o olhar fixo no vidro. — Porque, se eu começar a falar tudo que estou pensando, Leonardo... não sei se você vai querer ouvir.
Ele apertou o volante, os nós dos dedos ficando brancos. — Então fala. Eu prefiro uma verdade dolorosa do que viver na dúvida, Camila.
Ela virou-se devagar, encarando-o. — Sabe o que é mais louco nisso tudo? É que, por um momento, eu realmente acreditei que as coisas pudessem se ajeitar. Que, de alguma forma, o passado ficaria onde deveria