O silêncio no apartamento de Camila era quase palpável. A luz tênue do abajur desenhava sombras alongadas nas paredes, enquanto ela encarava a carta amassada em suas mãos, o peso das palavras fazendo seu peito apertar. Leonardo estava sentado no sofá, observando-a com um misto de preocupação e impaciência.
— Você não pode simplesmente ignorar isso — ele disse, a voz baixa, mas firme.
— Eu sei — Camila respondeu, sem desviar o olhar da carta. — Mas tudo está tão confuso, Leo. O que Letícia queria me dizer? Por que esse segredo tão bem guardado?
Leonardo levantou-se e caminhou até ela, tomando as mãos dela nas suas. Seu toque era cálido, tentando transmitir força.
— Ela quis proteger você. E agora, temos que descobrir a verdade, por mais dolorosa que seja.
Camila respirou fundo e assentiu. O telefone tocou, interrompendo a tensão. Era Alexandre.
— Atenda — sugeriu Leonardo, dando espaço.
Ela atendeu com um suspiro.
— Camila, precisamos conversar. É urgente.
— O que foi? — sua voz tremia