François Morel permaneceu parado, com a elegância calculada de quem está no controle. Seus olhos, escondidos atrás dos óculos escuros, pareciam enxergar muito além da noite. Um leve sorriso repuxava seus lábios — não um sorriso de boas-vindas, mas de quem sabe que o tabuleiro está sob seu domínio.
— Camila Monteiro… — ele disse, com um tom quase paternal. — Ou deveria chamá-la de Camila Dantas?
O nome de sua mãe soou como uma lâmina cortando o ar. Camila permaneceu firme, ainda que por dentro tudo tremesse.
— Então você é o fantasma que assombra minha vida — ela respondeu, dando um passo à frente, mesmo com Alexandre tenso ao seu lado. — Por que tanto interesse em mim?
François riu, um som seco, sem humor.
— Você é mais do que imagina. Mas não estamos aqui para conversas sentimentais. Vocês entraram na minha casa. Invadiram o meu mundo. Isso tem um preço.
— E matar minha mãe também teve um preço? — Camila disparou. — Porque eu vou cobrar.
Por um instante, o sorriso dele se desfez. Mas