O carro blindado deslizava pelas ruas silenciosas de Zurique, cortando a neblina matinal como uma lâmina. Camila observava os prédios antigos com as mãos apertadas no colo, os dedos quase dormentes pelo frio e pela tensão. O diário da mãe, agora trancado em uma pasta metálica, repousava sobre suas pernas como um talismã. Ali dentro, entre as palavras rabiscadas às pressas por Letícia, havia pistas, datas, códigos. E um nome: Banco Falkner & Söhne.
Leonardo dirigia com olhos atentos, o maxilar cerrado. Ao lado dele, um segurança de confiança de Alexandre — ou supostamente de confiança — permanecia em silêncio. Desde a mensagem anônima na noite anterior, Camila sentia uma desconfiança latente. Alguém os observava. Alguém sabia demais.
— Tem certeza de que é aqui? — perguntou Leonardo, ao se aproximarem de uma construção imponente, feita de pedra clara, com colunas neoclássicas e uma discreta placa de latão na entrada.
Camila assentiu.
— O endereço estava no bilhete escondido no forro do