O silêncio que se instalou após a entrada abrupta de Alexandre era tão espesso quanto a tensão entre os três. Camila, ainda segurando a foto da mãe ao lado do patriarca Vasconcellos, olhava de um para o outro como se estivesse presa entre dois mundos. De um lado, Leonardo, confuso, protetor, assombrado por sentimentos contraditórios. Do outro, Alexandre, determinado, perigoso, mas também vulnerável — algo em seu olhar revelava um desespero contido.
— Você não vai tirá-la daqui à força, Alexandre — disse Leonardo, com a voz firme.
— Eu não vim brigar com você, Leo. Vim falar com a Camila. A sós — respondeu Alexandre, com os olhos fixos nela.
Camila respirou fundo.
— Eu fico. Mas quero respostas. Não suposições. Não meias palavras. A verdade. Os dois me devem isso.
Alexandre hesitou, depois assentiu.
— Então escute.
Ele andou até a janela, evitando os olhos dela, antes de começar.
— Há anos, minha família tem ligações com a sua. Não por acaso, nem por coincidência. Nossas mães fo