O grito de Clara ecoou pela casa vazia como um trovão.
— Isadora!
As paredes pareciam se fechar ao redor dela. Suas mãos tremiam quando vasculhou cada cômodo, cada armário, cada canto — em vão. A menina havia desaparecido. A realidade bateu com força. O bilhete sobre a mesa não deixava dúvidas: Rafael havia cumprido a ameaça.
A dor tomou conta como uma faca cravada no peito. Mas o pânico não a paralisou. A mãe guerreira dentro dela despertou.
Pegou o celular, discou para Dante.
— Clara?
— Ele levou nossa filha. Ele levou a Isadora! — sua voz vinha como um soluço desesperado. — Eu encontrei outro bilhete. Ele estava aqui! Dentro da minha casa!
— Tô indo praí agora.
— Não, Dante! — gritou. — Se ele souber que você está envolvido, pode machucá-la. Eu preciso que você fique onde está e acione o Leandro. Me encontre no antigo galpão dos Vasques. Você sabe qual é.
— O que você vai fazer?
— O que for preciso. Ela é minha vida.
Clara desligou. Pegou um casaco, a bolsa, e correu porta afora, o