56. A ESTRANHA ATITUDE DE ROBERTO
Dois dias se arrastaram como uma eternidade. Para Lucas, cada minuto parecia um castigo silencioso, um lembrete cruel de todas as escolhas que o levaram até ali. Ele estava confinado, entre quatro paredes frias e hostis, com nada além do próprio silêncio e do peso insuportável de suas ações. Mas então, uma reviravolta inesperada aconteceu.
Após a entrada formal da petição de habeas corpus apresentada pelo renomado advogado Kavanov — um especialista estratégico, conhecido por vencer causas quase perdidas — a juíza responsável pelo caso analisou cuidadosamente os argumentos e, com base na fragilidade momentânea das provas e na influência política envolvida, concedeu a tão aguardada fiança. Era um alívio processual, mas ainda assim uma vitória.
A decisão foi proferida no início da manhã, e no mesmo dia, já ao entardecer, Lucas deixou o presídio em um carro discreto, escoltado pela polícia até a mansão da família Duarte. Ele agora estava sob prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica,