40. EM BUSCA DA VERDADE
Enquanto conversavam, ainda no interior abafado do bar, Deise e o antigo amigo seguiram em direção à saída dos fundos. Júlio, discreto e atencioso, abria caminho com naturalidade, protegendo-a com seu silêncio cúmplice.
— Sempre que precisar de mim, estarei às suas ordens. — disse ele quando chegaram à calçada deserta. — Seu pai me ajudou muito, e não esqueci.
Deise assentiu com um leve sorriso, o coração já acelerado pelo que estava por vir.
— Obrigada, Gustavo. De verdade.
Ela se afastou, atravessou o primeiro quarteirão envolta por um misto de apreensão e urgência. O vento da tarde bagunçava seus cabelos, mas ela mal notava. Estava ali por uma única razão: descobrir a verdade.
Quando um carro preto acendeu o pisca alerta à beira da calçada, o coração dela disparou.
Era Miguel.
Ela hesitou por um segundo, sentindo o mundo ao redor silenciar. Respirou fundo e se aproximou. Ele a observava com olhos intensos, expressão cansada, mas carregada de emoção.
Ela entrou no carro devagar, sem